segunda-feira, 12 de abril de 2010

Resumo Do Livro

Menino de engenho é uma autobiografia das cenas da infância de José Lins do Rego, que ainda estavam marcadas em sua mente. Segundo depoimento do próprio autor, a sua intenção ao elaborar a obra era escrever a biografia do avô, o coronel José Paulino, a quem considerava uma figura das mais representativas da realidade patriarcal nordestina. Publicado em 1932, Menino do Engenho é a estréia em romance de José Lins do Rego e já traz os valores que o consagraram na Literatura Brasileira. Durante a década de 30 do século XX, virou moda uma produção que se preocupava em apresentar a realidade nordestina e os seus problemas, numa linguagem nova, introduzida pelos participantes da Semana de Arte Moderna de 22.

Narrador


O romance possui narrador-personagem (1ª Pessoa), pois ele participa da história relatando e demonstrando as próprias impressões sobre ela.


Foco Narrativo



A opção por essa modalidade de foco narrativo entra em harmonia com o lirismo de que se reveste a narrativa. Narrador e leitor se aproximam do universo do feudalismo aristocrático, quando este ainda não havia sido engolido pelo capitalismo anônimo; mas o tom emotivo faz com que, de certa forma, o tom de denúncia e crítica social seja amainado, uma vez que a reconstrução desse tempo se dá sob a tessitura de saudosismo, de um talvez desejo em reviver tudo isso.



Linguagem



A linguagem que José Lins do Rego utiliza no Livro Menino de Engenho é regionalista, ou seja, a linguagem própria do local que se situa a história, neste caso, o Nordeste.



Discurso


Indireto-livre, pois o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas da personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, sonham, desejam, entre outros.


Personagens



Carlinhos – é o protagonista da história. Era um menino triste. Gostava de ter liberdade, de brincar com os meninos, mas no fundo era triste. Morava em Recife, antes de ir para o engenho Santa Rosa, o qual ficou por quatro anos. Ficou órfão aos oito anos de idade. O engenho era tudo para ele. Apesar de tia Maria cuidar dele como mãe, não davam-lhe notícias a respeito do pai – diziam que estava doente no hospital e o hospital se tornou para ele um lugar para onde se vai e nunca mais volta. A solidão para Carlos deixava falar o que ele guardava por dentro: as preocupações, os medos, os sonhos.

Avô José Paulino – figura representativa da realidade nordestina. Aos olhos de Carlos, um verdadeiro deus, uma figura de grandiosidade inatingível.
Não era um devoto. A religião dele não conhecia penitência e esquecia alguns dos mandamentos da lei de Deus. Não ia às missas, não se confessava, mas em tudo o que procurava fazer sempre dizia: "Se Deus quiser, eu tenho fé em nossa Senhora".
Todos no engenho respeitavam o senhor José Paulino. Todo o dinheiro dele era para comprar terras.

Dona Clarisse – mãe de Carlos. É assassinada pelo marido no início do livro.

Pai de Carlos – homem alto e boa pinta, com olhos grandes, bigode preto. Beijava o menino, contava histórias, fazia os seus gostos. Tudo era para o menino, que mexia nos livros, sujava as roupas. Por outro lado, discutia com Dona Clarisse. Tinha um coração arrebatado pelas paixões, um coração sensível demais às suas mágoas. Fica louco e mata Dona Clarisse.

Tia Sinhazinha – velha de aproximadamente sessenta anos, despótica, que dirigia o convento. As negras, os moleques, todos tinham que se submeter à sua dureza e crueldade. Não gostava de ninguém. Só agradava as pessoas para fazer raiva à outras, depois mudava. Não se aproximava de Carlos. No engenho, trancava a despensa e andava com a chave.

Tio Juca – tio que, levando o menino da cidade para o engenho, apresenta-lhe o mundo novo do engenho e também o próprio avô.

Tia Maria – moça que com ternura, amor e carinho que praticamente substitui a mãe na memória de Carlos.

Velha Totonha – Vivia a contar história de Trancoso. Era pequenina e engelhada, tão leve que uma ventania poderia carregá-la, andava muito a pé, de engenho a engenho. Vivia a contar histórias. Não tinha nenhum dente na boca. Para Carlinhos, sinhá Totonha possuía um “pedaço de gênio que não envelhece”.



Tempo


O tempo é apresentado de forma cronológica: o narrador, o menino Carlinhos, tem quatro anos no início da narrativa, e está com doze anos, quando o livro termina.


Enredo



O romance possui enredo linear, sem cortes no tempo, acompanhando a ordem cronológica dos fatos. O tempo, o espaço, os personagens são apresentados de maneira lógica, as ações desenvolvem-se cronologicamente, observando-se o começo, o meio e o fim da narrativa.



Universal ou Regional?



Regional, com elementos próprios da região Nordestina, onde se passa a história. Tais elementos estão presentes principalmente na descrição dos lugares e dos personagens.



Temporal ou Atemporal?



Temporal, pois a historia da obra se passa em um engenho de açúcar, na época da escravidão, sendo vista hoje em dia como uma obra literária com elementos da historia da sociedade rural brasileira.



Pontos Principais Clímax


> A trágica morte de Clarisse, mãe de Carlinhos.

> Quando ele chegou ao engenho e ficou maravilhado com o lugar que era tão imaginado e idealizado por ele.

> Quando ocorreu a cheia do Paraíba, a enchente devastadora que matou pessoas e animais, e destruiu plantações e casas.

> A partida da prima Maria Clara, por quem Carlinhos se apaixonou.

> A partida iminente do menino para o colégio.


Cenário



O romance se passa na Zona da Mata Nordestina, especificamente no engenho Santa Rosa, do coronel José Paulino. É no engenho que acontecem praticamente todos os fatos marcantes do romance.
Dentro desse espaço do engenho podemos observar outros ambientes como a senzala, a casa-grande, a cachoeira, o engenho Santa Fé, do coronel Lula de Holanda.



Desfecho



Após ter apanhado a doença do mundo, a qual ia operando nele uma transformação, o menino de calça curta ia ficando na curva do tempo e dali, precocemente, ia brotando um rapazinho de sexualidade aflorada. Recorreram ao colégio como uma casa de correção.
O trem levando o menino de seu engenho, para o colégio. O trem correndo e, pela janela, o menino vendo o gado, o campo, casa-grandes. E os molequinhos, à beira da estrada, acompanhando os vagões.

"Adeus, adeus, adeus, com as mãos para mim. E eu com o braço, sucudindo. Os olhos se encheram de lágrimas. Cortava-me a alma a saudade do meu engenho."




Contextualização



O contexto histórico deste livro é o Brasil colônia e seu regime escravocrata. A localização geográfica se dá no nordeste brasileiro, nos solos de massapê (argiloso) da zona da mata no Estado da Paraíba. As relações sociais vividas na época são o ponto alto do livro, onde a figura quase heróica do coronel mistura o poder econômico da fazenda de engenho, com o poder político de prefeito da cidade, concentrada na mesma pessoa: Coronel José Paulino. No entanto, o personagem principal é o neto do Coronel, o menino Carlinhos.

Crendices Populares - O livro faz referências a crendices populares, como a do lobisomem, que é citada através de João Cutia, um comprador de ovos da Paraíba. Por sinal este mito é dotado de várias versões.

Capa Do Livro Menino De Engenho



Essa é a capa do livro ''O Menino De Engenho''.

Bibliografia do Autor





José Lins do Rego Cavalcanti nasceu em Pilar,Estado Da Paraíba,em 03 de junho de 1901. E faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 1957.Criado no Engenho Corredor,de propriedade do avô materno,fez os estudos secundários em Itabaiana e na Paraíba(Atual João Pessoa),vindo a se formar em Direito em Recife no ano de 1918.Foi também no Recife que veio a conhecer intelectuais como Gilberto Freyre,José Américo de Almeida e Olívio Montenegro.Tempos Depois conheceria em Maceió dois grandes nomes da Literatura de seu tempo:Jorge de Lima e Graciliano Ramos.Exerceu o cargo de promotor público em Manhacu (MG).Publicava,desde sua juventude,artigos em suplementos literários,passando após algum tempo romances.Seu primeiro livro foi publicado em 1932:Menino De Engenho,custeado com dinheiro do próprio bolso,e que atingiu enorme repercussão,abrindo caminho para uma série de obras de grande importância em nossa Literatura.José Lins do Rego veio para o Rio de Janeiro em 1935.Consagrado como o grande escritor regionalista brasileiro ao lado de Graciliano Ramos,foi eleito membro da Academia Brasileira de letras no ano de 1956.Sua obra tem como característica ser detentora de um profundo lirismo e de uma linguagem cheia de vocabulos regionais.Neto de um poderoso senhor de engenho,José Lins Do Rego conviveu com essa essa transicão econômica e cultural por toda a sua juventude,o que concede a seus textos um tom de biografia que se estende desde o seu primeiro livro.No ano de 2001,quando completaria 100 anos de vida,a Academia Brasileira de Letras o homenagiou com uma exposicão e um ciclo de palestras sobre sua vida e sua obra.Outra homenagem foi prestada com a criacão de um prêmio literário,no valor de 30.000,00,para a melhor obra criada em torno do autor que escrevia guiado pelas emocões e pela memória.Principais obras:Menino de Engenho(1932),Doidinho(1933),Bangue(1934) O moleque Ricardo(1935)Usina(1936)Pureza(1937)Pedra Bonita(1938)Riacho Doce(1939)Água Mae(1941)Fogo Morto(1943)Euridice(1947)Cangaceiros(1953)Meus Verdes Anos(1953)Historia Da Velha Totonha(1936)Gordos e Magros(1942)Poesia e Vida(1945)Homens,Seres e Coisas(1952)A Casa e o Homem(1954)Presenca do Nordeste na Literatura Brasileira(1957)O Vulcao e a Fonte(1958)Dias Idos e Vividos(1981).

Menino De Engenho

E aí Galera,esse aqui é o nosso blog do Menino De Engenho,José Lins Do Rego.